Eu tenho o hábito de conversar muito com meu esposo sobre como vamos cuidar do nosso futuro, como vamos investir o dinheiro e tempo que temos, como vamos passar os próximos anos. Somos uma família relacional, gostamos das pessoas, por mais reflexiva que eu seja, mesmo gostando muito de ter meus momentos de quietude, eu sou uma pessoa extrovertida, tenho uma bateria social relativamente alta.
Em uma dessas conversas de final de dia, sentados em volta de uma porção de batatas fritas, jogando conversa fora numa lanchonete, comecei a refletir sobre comemorações. Estou a poucos anos de completar 50 e percebi que essa é uma data importante, o passado já começou a bater à porta e as reflexões sobre “o que fizemos até aqui?” começam a tomar proporções maiores. Como sou 6 anos mais velha que ele, eu sempre sou a primeira em casa a passar por essas datas mais marcantes como o final de alguma década.
Decidimos que vamos abrir uma poupança intitulada “Aniversário de 50 anos” e daqui até lá estudaremos algumas possibilidades que envolvem festa, viagens, show, passeios e afins, até batermos o martelo em algo que eu ache mais interessante. São muitas variáveis envolvidas como agenda familiar e momento de vida das filhas, não dá para decidir de imediato.
No meio da conversa surgiu a pergunta: “se os recursos financeiros fossem ilimitados, o que você faria”? A risada correu solta nesse momento porque até o John Mayer (nosso cantor favorito), entraria cantando na festa em um show particular para no máximo 100 convidados. Percebi ao final da conversa que estávamos sentindo uma certa “alegria antecipada” com cada proposta que falávamos, o desejo ia tomando forma em nossos corações e sentimos que o nome disso era: sonho! Sim, estávamos sonhando momentos felizes de comemoração da vida.
Muitas vezes deixamos de sentir essa alegria antecipada porque limitados as possibilidades por questões financeiras, por traumas ou até por preguiça de elaborar um plano. Matamos nossos sonhos antes mesmo deles nascerem.
A Bíblia nos mostra a história de José, que era um moço que sonhava bastante desde criança. Seus sonhos o tornaram odiado pelos irmãos, vendido como escravo, injustiçado e mau tratado até se tornar adulto.
O que não podemos nos esquecer é que os sonhos de José o moveram a continuar vivendo de maneira íntegra, porque ele sabia quem tinha lhe dado esses sonhos. No caso dele, os sonhos participaram de maneira decisiva na sua história. Foi por causa do sonho do padeiro e do copeiro que ele exerceu seu dom. A interpretação desses sonhos lhe tirou da cadeia para interpretar outro sonho: o do faraó. O que se segue é uma história de libertação, perdão, recomeço e cumprimento das promessas de Deus para seu povo.
“Busque no Senhor a sua alegria, e ele lhe dará os desejos de seu coração. Entregue seu caminho ao Senhor, confie nele, e ele o ajudará”. (Salmos 37:4.5)
Sonhos nos movem para frente. Sonhos nos tiram da cama de manhã cedo. Sonhos alimentam nossa esperança e renovam a nossa fé.
O salmista nos ensina a cultivar essa “alegria antecipada” e acrescenta a dica: busque-a no Senhor. O que vier além disso é pura graça!